Sionismo: “Quando a Injustiça se Torna Lei, a Resistência se Torna Dever” Um projeto nascido no final do século XIX a partir da lógica colonial europeia, batizado no nacionalismo étnico e comercializado sob o disfarce da redenção religiosa, tornou-se hoje um dos maiores motores de sofrimento no mundo moderno. A tragédia não está apenas no que Israel faz aos palestinos, mas em como o chamado mundo civilizado distorce suas leis, linguagem e moral para justificá-lo. Não é apenas a Palestina que está sitiada. É a verdade. É a justiça. É a própria humanidade. Loucura Messiânica: A Guerra de Extermínio de Netanyahu Quando o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu invocou a retórica bíblica após 7 de outubro – chamando pela aniquilação de “Amaleque” e enquadrando a campanha como uma guerra entre os “Filhos da Luz” e os “Filhos das Trevas” – ele não estava apenas sinalizando uma operação militar. Ele estava declarando uma cruzada genocida. Isso era nacionalismo messiânico envolto em direito divino. Nas escrituras judaicas, “Amaleque” refere-se a um inimigo a ser completamente destruído, incluindo mulheres e crianças. Isso não foi uma coincidência. Isso foi o sionismo desmascarado: uma fusão tóxica de ultranacionalismo e militarismo apocalíptico. Um movimento colonial de colonos velado em supremacia teológica. E está devorando a alma de um povo – e a consciência do mundo. “Agora vá e ataque Amaleque e destrua tudo o que eles têm. Não os poupe, mas mate homens e mulheres, crianças e bebês, bois e ovelhas, camelos e jumentos.” (1 Samuel 15:3) Sionismo não é Judaísmo Israel afirma ser o estado judaico. Mas o judaísmo não é sionismo. O judaísmo é milhares de anos mais antigo que o estado de Israel. É uma fé enraizada na justiça, na memória e na lei moral. Nenhum estado islâmico reivindica representar todos os muçulmanos. Nem mesmo o Vaticano reivindica representar todos os cristãos. Mas Israel afirma falar por todos os judeus – armando essa reivindicação para silenciar a dissidência, criminalizar a crítica e desviar da responsabilidade. O sionismo é um movimento político do século XIX enraizado na lógica racial europeia e no direito colonial. Nascido em 1897, ele colaborou com os nazistas em 1933 sob o Acordo Haavara para transferir judeus para a Palestina enquanto minava o boicote antifascista liderado por judeus contra a Alemanha. Ele usou táticas que hoje seriam rotuladas como terrorismo – bombardeios, assassinatos e limpeza étnica – para expulsar o mandato britânico e a população palestina indígena. Em 1948, Israel declarou-se um estado, expulsando mais de 700.000 palestinos na Nakba, apagando suas aldeias e reescrevendo a narrativa. Desde então, Israel opera como um regime de apartheid – anexando terras, demolindo casas, prendendo crianças e impondo uma ocupação militar que viola todos os princípios do direito internacional. Quebrando o Pacto E não é apenas o direito internacional – o sionismo também viola a lei judaica, halachá, que contém regras estritas para a guerra: - Civis devem ser poupados - Cidades devem receber uma oferta de paz antes do ataque - Árvores frutíferas não devem ser destruídas - Prisioneiros devem ser tratados humanamente - Fome, matança indiscriminada e crueldade desnecessária são proibidas Essas leis não são opcionais. Elas são a Torá. E Israel violou sistematicamente cada uma delas: - Bombardeou deliberadamente escolas, hospitais, padarias e abrigos. - Usou a fome como arma de guerra. - Bloqueou ajuda, destruiu infraestrutura de água e cortou eletricidade para mais de 2 milhões de pessoas. - Arrasou pomares, demoliu casas e realizou limpeza étnica em bairros inteiros. Isso não é defesa. Isso é profanação. Uma traição à lei judaica, à ética judaica e ao pacto judaico com Deus. Pikuach Nefesh e B’tselem Elohim O judaísmo tradicional sustenta que a vida humana é sagrada. O princípio de pikuach nefesh – a obrigação de salvar uma vida – supera quase todos os outros mandamentos. A vida tem um valor infinito. Tirar uma únicavida inocente é profaná-la o nome de Deus. Além disso, o judaísmo ensina que todos os seres humanos são criados b’tselem Elohim – à imagem de Deus (Gênesis 1:27). Isso inclui os palestinos. Cada criança em Gaza carrega a marca divina. Cada mulher soterrada sob escombros, cada pai executado por drones, cada família faminta por um cerco carrega dentro de si a centelha da imagem de Deus. Negar sua humanidade é negar Deus. Assassiná-los em nome de Deus é chillul Hashem – uma profanação do divino. Davi contra Golias Israel gosta de se retratar como a única democracia em uma região hostil. Na realidade, possui o exército mais avançado do Oriente Médio, apoiado incondicionalmente pelos Estados Unidos e equipado com armas nucleares sob a doutrina conhecida como Opção Sansão. No entanto, responde a pedras jogadas por crianças com balas. Responde aos foguetes improvisados do Hamas – quase todos interceptados pelo seu Domo de Ferro – com bombas de 2.000 libras. Realiza ataques “preventivos” em toda a região – Iêmen, Síria, Líbano, Irã – e clama terrorismo quando é atacado em retorno. Armou o trauma judaico para justificar assassinatos em massa. Mas o mundo está mudando. Os olhos estão se abrindo. A crueldade não pode mais ser obscurecida por linguagem piedosa ou apelos ao sofrimento passado. O sangue é muito visível. Os corpos, numerosos demais. Cumplicidade dos EUA Os Estados Unidos, principal apoiador de Israel, há muito vetam quase todas as resoluções críticas a Israel no Conselho de Segurança da ONU. Mas foram ainda mais longe. Em 2024-2025, os EUA impuseram sanções ao Procurador-Chefe do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, e a vários juízes do TPI após emitirem mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ministro da defesa Yoav Gallant por crimes contra a humanidade e crimes de guerra em Gaza. Os EUA também alvejaram Francesca Albanese, Relatora Especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, por ousar falar a verdade. Enquanto isso, Netanyahu – alvo de um mandado de prisão internacional – viaja livremente e é recebido por líderes ocidentais, incluindo o ex-presidente Donald Trump na Casa Branca. Mídia Ocidental e o “Exército Mais Moral” Eles chamam o exército israelense de “o exército mais moral do mundo”. Uma frase repetida como escritura enquanto ele lança bombas fabricadas nos EUA em campos de refugiados, massacra civis esperando por comida e ataca jornalistas, médicos e crianças. A mídia ocidental, suposta guardiã da verdade, juntou-se à cumplicidade. Descreve multidões de linchamento de colonos na Cisjordânia como “confrontos”. Enterra os nomes de crianças palestinas assassinadas enquanto amplifica toda reivindicação israelense, por mais infundada que seja. Trata acusações de antissemitismo como uma arma para silenciar a dissidência. Soldados israelenses postam vídeos dançando em casas palestinas saqueadas, zombando dos mortos, celebrando o deslocamento. Isso não é escondido. Não é negado. É exibido. Uma inversão grotesca dos crimes nazistas: enquanto os nazistas matavam em segredo, os sionistas matam à vista de todos – zombando do mundo, desafiando-o a detê-los. A Guerra Contra a Consciência Humana O que está acontecendo em Gaza não é apenas um crime contra o povo palestino – é um crime contra a humanidade. Ver um dos exércitos mais avançados do mundo lançar bombas de 100.000 dólares de F-16s em famílias vivendo em tendas de 20 dólares não é guerra – é um ataque à consciência humana. Ver corpos carbonizados de bebês justificados em nome da “autodefesa” é um insulto à própria ideia de moralidade. Israel poderia cortar a internet de Gaza, como fez com a eletricidade, a água e a ajuda. Mas mantém a internet ligada. Por quê? Porque quer que o mundo veja. Isso é guerra psicológica. É uma ameaça: Veja o que podemos fazer – e saiba que nenhuma lei, nenhum tribunal, nenhum princípio nos deterá. Não é apenas uma guerra contra Gaza. É uma guerra contra a compaixão. Uma guerra contra a verdade. Uma guerra contra sua alma. Quebrar o Pacto Tem um Preço O pacto não é uma licença para matar. Ele exige justiça, misericórdia e humildade. E a Torá adverte: quando Israel viola suas obrigações morais, Deus retira Seu favor. “Se vocês não Me obedecerem… Eu os espalharei entre as nações e puxarei uma espada atrás de vocês.” (Levítico 26:33) O sionismo quebrou esse pacto. Fez da terra e do poder um ídolo. Abandonou a viúva, o órfão e o estrangeiro. Transformou a Terra Prometida em um cemitério. Um ajuste de contas é inevitável – legal, histórico e teológico. O Deus da justiça não será zombado. O pacto não é uma arma. E o sangue de cada criança clama da terra, ecoando o aviso dado a Caim: “O que você fez? A voz do sangue de seu irmão clama a Mim desde o chão.” (Gênesis 4:10) Conclusão Os crimes cometidos em Gaza hoje não são apenas contra um povo, mas contra um princípio – o princípio de que todas as vidas humanas têm valor. Enquanto o mundo assiste Gaza queimar, não são apenas as vidas palestinas que estão sendo destruídas – é o próprio significado de justiça, lei e dignidade humana. O sionismo virou o mundo de cabeça para baixo. Transformou a guerra em paz, a colonização em autodefesa, o massacre em moralidade. Corrompeu instituições internacionais, silenciou os que falam a verdade e sequestrou uma religião antiga para servir a uma agenda nacionalista de conquista. Mas este não é o fim. A história não terminou. E não será leniente com aqueles que escolheram o poder sobre a moralidade. Nenhum império dura para sempre. E haverá justiça para aqueles que colocaram o lucro acima da retidão e a crueldade acima da compaixão. Em um mundo onde a injustiça se torna lei, a resistência não é um crime. É um dever.